O princípio ativo das plantas medicinais e aromáticas é constituído principalmente por metabólitos secundários responsáveis tanto por efeitos terapêuticos quanto biológicos ( Inderjit et al., 1997; Lima et al., 2003). Vários monoterpenos, alcalóides, saponinas e glicosídeos, flavonóides têm sido isolados da parte aérea e radicular de C. ambrosioides ( Jiménez – Osornio et al., 1996 ).
O Mastruz ou Erva de Santa Maria é uma espécie muito utilizada principalmente pelas civilizações indígenas norte americanas, mexicanas, argentinas e bolivianas. Os astecas utilizavam o Mastruz para combater a disenteria e contra as picadas de insetos e aranhas. O nome Chenopodium vem do grego e quer dizer “pata de ganso”, uma alusão à forma das folhas que têm algumas destas espécies.
O Mastruz é principalmente indicado para as parasitoses intestinais, tais como ascaridíase e ancilostomose. Dentre os primeiros trabalhos científicos realizados com o óleo essencial do Mastruz, pode constatar em modelos experimentais de animais, uma ação hipotensora, depressão cardíaca e relaxante muscular (Salan W. e Livingstone A., 1915 e 1916).
A ação antiparasitária do ascaridol foi descoberta entre as décadas de 20 e de 30 em ensaios in vivo sobre cachorros, em doses orais de 1 ml, sendo o principal espectro é contra o áscaris, oxiúros e ancilostomas, não exercendo ação sobre as tênias e sobre os tricocéfalos (Bliss A., 1925; Fernan Nuñez M., 1927; Butz L., 1937).
O uso do óleo extraído por arraste a vapor, administrado em doses únicas em adultos, numa razão de 1,5 ml por via oral, tem demonstrado ser eficaz em diversas parasitoses intestinais, mas existe dificuldade na extração do produto devido à variação dos princípios ativos e do número de espécies. Assim mesmo, a OMS determinou que uma dose de 20 g da planta inteira provoca rápida expulsão dos parasitas sem aparentes efeitos adversos (Ching Ch., 1980).
Existem duas variedades de mastruz que possuem posologias diferentes. O mastruz de folha também é conhecido como Erva de Santa Maria, é um vermífugo e tem função bactericida. Também tem o seu princípio ativo muito utilizado como inseticida, por isso o cheiro ser parecido com alguns inseticidas não é mera coincidência. É utilizado na medicina popular, mas por ser tóxico deve ser administrado em doses muito pequenas, procurando evitar o uso das sementes, pois tem maior concentração do princípio ativo.
Já o mastruz rasteiro, de folhas miúdas e sementes em cacho, é muito comum nas regiões sul e sudeste onde o clima é mais frio. Tem alta concentração de iodo e o seu gosto é muito parecido com o agrião. É utilizado já há muito tempo para curar hematomas, inchaços musculares e algumas feridas, inclusive infecções na garganta e órgãos internos. Tem-se informação de seu uso até mesmo para tratamento de úlceras gastrintestinal.
O seu principal componente ativo é o iodo, mas esta plantinha tem outros componentes ativos muito importantes e pouco estudados, pois apenas a ingestão de iodo não proporciona o resultado que ela apresenta. Pode ser macerado com sal ou em óleo vegetal pré aquecido para ser aplicado sobre hematomas, nervos que sofreram torção. Batido com leite é muito utilizado para tratamento de infecções da garganta, faringe ou estomacais.
No Brasil em 1895 por um farmacêutico alemão, justifica seu uso contra vermes. Há documentações dos seus efeitos analgésicos, sedativos e fungicida. Noutro estudo clinico in vitro foi documentada atividade contra o Tripanossoma cruzi e efeitos antimaláricos. Na década de 70 a OMS reportou que um decocto de 20 g das folhas eliminou parasita rapidamente, sem efeitos colaterais aparentes em humanos.
Em 1996 o extrato das folhas foi dado a setenta e duas crianças e adultos com infecção intestinal parasitária. A análise feita oito dias após o tratamento mostrou eficácia antiparasitária em 50% dos casos. Em 2002 foi requerida uma patente nos EE.UU. para uma combinação de ervas chinesas que continha a Erva de Santa Maria para tratamento de úlceras pépticas. Essa combinação foi descrita como inibidora de formação de úlceras induzidas por stress, agentes químicos e bactérias.
O interesse no conhecimento sobre plantas medicinais é uma fonte de pesquisa e riqueza à qual devemos ter mais atenção, tendo em vista que muitas plantas medicinais bastante populares não tiveram sua eficácia comprovada e podem até ser tóxica. Estudá-las academicamente e desenvolvê-las é o caminho. Cabe à Universidade dar resposta a estas necessidades e transformar-se em referência regional dentro da responsabilidade Institucional de geração de conhecimento, da estratégia cultural de formação de valores, e da política das ações de saúde pelo SUS.
A importância da pomada cicatrizante a base de mastruz é proporcionar uma ótima cicatrização em ferimentos, contusões e hematomas. O princípio ativo do mastruz garante uma ação farmacológica eficaz e segura ao usuário.
3.2 Objetivos específicos
Realizar através de experimento em laboratório de Farmacotécnica a formulação de uma pomada de mastruz com objetivo de levar ao mercado fitoterápico uma nova fórmula de medicamento, proporcionando à sociedade a oportunidade de conhecer uma nova fórmula farmacêutica.
Pesou-se em um béquer 70g de Mastruz para ferver com 300 ml de água destilada, até um determinado tempo, onde foi retirado e resfriado. Em seguida o extrato foi filtrado para um vidro âmbar.
Foi utilizado o método de decocção para a extração do Mastruz, como solvente foi utilizado à água, o procedimento teve duração de 38minutos.
Teve como orientadora a Professora Tânia Fernandes Machado.
Formulação da pomada
Em um béquer pesa-se 30g de lanolina anidra e incorpora –se 25g de extrato de Mastruz a lanolina e homogeneíza para a incorporação do extrato, em seguida adiciona-se 0,1g de BHT e 45g de vaselina e misture até uma completa homogeneização. Em seguida envasar o produto final.
Embalagem:
Fora colocado em um recipiente de plástico ao abrigo da luz e a temperatura ambiente.
A orientadora do procedimento foi a professora Karin Anne Margaridi.
CONCLUSÃO
Concluí-se, o trabalho nos proporcionou um vasto conhecimento sobre uma nova proposta de um novo fármaco, onde possamos proporcionar ao mercado farmacêutico. Devemos ter o conhecimento terapêutico antes de se utilizar um produto natural, é preciso acima de tudo, conhecer o seu verdadeiro efeito ao organismo, para que uma planta inofensiva não retire o que o ser humano possui de mais precioso: a vida.
O conhecimento profundo da maneira correta de se manipular uma planta medicinal é essencial às pessoas que têm preferência em consumir produtos naturais, onde devemos reconhecer seus efeitos adversos e efeitos colaterais. O mastruz por sua vez, pode ser tóxico e seu uso indiscriminado pode levar até a morte, portanto sabemos pouco sobre ele.
No entanto, nós acadêmicos e futuros profissionais farmacêuticos, devemos ter o conhecimento e a responsabilidade na manipulação de um novo produto, visando sempre à melhoria da população. O mastruz pra nós acadêmicos, fora um ponto de partida, onde iremos aperfeiçoar nosso conhecimento no que diz respeito a pesquisa.
ANEXOS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
http://www.ibb.unesp.br/servicos/publicacoes/rbpm/pdf_v7_n2_2005/artigo_13_v7_n2.pdf
BRITO, Marcus Vinicius Henriques, CARVALHO, Daniel da Silva e ALBUQUERQUE, Ana M Morais. Efeito do extrato de mastruz em culturas de Staphylococcus Aureus e Escherichia coli. Rev. Para. Med., mar. 2007, vol.21, no.1, p.21-25. ISSN 0101-5907. Disponível em <http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010159072007000100004&lng=pt&nrm=iso> Acesso em 31-05-2010.
LIMA A., LOPPES A. H. N., Índice terapêutico fitoterápico. Ervas medicinais. Ed. Petrópolis, RJ: EPUB, 1ª Ed. 2008. 328p.
MASTRUZ - chenopodium ambrosioides l |
- INTRODUÇÃO
O princípio ativo das plantas medicinais e aromáticas é constituído principalmente por metabólitos secundários responsáveis tanto por efeitos terapêuticos quanto biológicos ( Inderjit et al., 1997; Lima et al., 2003). Vários monoterpenos, alcalóides, saponinas e glicosídeos, flavonóides têm sido isolados da parte aérea e radicular de C. ambrosioides ( Jiménez – Osornio et al., 1996 ).
O Mastruz ou Erva de Santa Maria é uma espécie muito utilizada principalmente pelas civilizações indígenas norte americanas, mexicanas, argentinas e bolivianas. Os astecas utilizavam o Mastruz para combater a disenteria e contra as picadas de insetos e aranhas. O nome Chenopodium vem do grego e quer dizer “pata de ganso”, uma alusão à forma das folhas que têm algumas destas espécies.
O Mastruz é principalmente indicado para as parasitoses intestinais, tais como ascaridíase e ancilostomose. Dentre os primeiros trabalhos científicos realizados com o óleo essencial do Mastruz, pode constatar em modelos experimentais de animais, uma ação hipotensora, depressão cardíaca e relaxante muscular (Salan W. e Livingstone A., 1915 e 1916).
A ação antiparasitária do ascaridol foi descoberta entre as décadas de 20 e de 30 em ensaios in vivo sobre cachorros, em doses orais de 1 ml, sendo o principal espectro é contra o áscaris, oxiúros e ancilostomas, não exercendo ação sobre as tênias e sobre os tricocéfalos (Bliss A., 1925; Fernan Nuñez M., 1927; Butz L., 1937).
O uso do óleo extraído por arraste a vapor, administrado em doses únicas em adultos, numa razão de 1,5 ml por via oral, tem demonstrado ser eficaz em diversas parasitoses intestinais, mas existe dificuldade na extração do produto devido à variação dos princípios ativos e do número de espécies. Assim mesmo, a OMS determinou que uma dose de 20 g da planta inteira provoca rápida expulsão dos parasitas sem aparentes efeitos adversos (Ching Ch., 1980).
Existem duas variedades de mastruz que possuem posologias diferentes. O mastruz de folha também é conhecido como Erva de Santa Maria, é um vermífugo e tem função bactericida. Também tem o seu princípio ativo muito utilizado como inseticida, por isso o cheiro ser parecido com alguns inseticidas não é mera coincidência. É utilizado na medicina popular, mas por ser tóxico deve ser administrado em doses muito pequenas, procurando evitar o uso das sementes, pois tem maior concentração do princípio ativo.
Já o mastruz rasteiro, de folhas miúdas e sementes em cacho, é muito comum nas regiões sul e sudeste onde o clima é mais frio. Tem alta concentração de iodo e o seu gosto é muito parecido com o agrião. É utilizado já há muito tempo para curar hematomas, inchaços musculares e algumas feridas, inclusive infecções na garganta e órgãos internos. Tem-se informação de seu uso até mesmo para tratamento de úlceras gastrintestinal.
O seu principal componente ativo é o iodo, mas esta plantinha tem outros componentes ativos muito importantes e pouco estudados, pois apenas a ingestão de iodo não proporciona o resultado que ela apresenta. Pode ser macerado com sal ou em óleo vegetal pré aquecido para ser aplicado sobre hematomas, nervos que sofreram torção. Batido com leite é muito utilizado para tratamento de infecções da garganta, faringe ou estomacais.
No Brasil em 1895 por um farmacêutico alemão, justifica seu uso contra vermes. Há documentações dos seus efeitos analgésicos, sedativos e fungicida. Noutro estudo clinico in vitro foi documentada atividade contra o Tripanossoma cruzi e efeitos antimaláricos. Na década de 70 a OMS reportou que um decocto de 20 g das folhas eliminou parasita rapidamente, sem efeitos colaterais aparentes em humanos.
Em 1996 o extrato das folhas foi dado a setenta e duas crianças e adultos com infecção intestinal parasitária. A análise feita oito dias após o tratamento mostrou eficácia antiparasitária em 50% dos casos. Em 2002 foi requerida uma patente nos EE.UU. para uma combinação de ervas chinesas que continha a Erva de Santa Maria para tratamento de úlceras pépticas. Essa combinação foi descrita como inibidora de formação de úlceras induzidas por stress, agentes químicos e bactérias.
O interesse no conhecimento sobre plantas medicinais é uma fonte de pesquisa e riqueza à qual devemos ter mais atenção, tendo em vista que muitas plantas medicinais bastante populares não tiveram sua eficácia comprovada e podem até ser tóxica. Estudá-las academicamente e desenvolvê-las é o caminho. Cabe à Universidade dar resposta a estas necessidades e transformar-se em referência regional dentro da responsabilidade Institucional de geração de conhecimento, da estratégia cultural de formação de valores, e da política das ações de saúde pelo SUS.
- JUSTIFICATIVA
A importância da pomada cicatrizante a base de mastruz é proporcionar uma ótima cicatrização em ferimentos, contusões e hematomas. O princípio ativo do mastruz garante uma ação farmacológica eficaz e segura ao usuário.
- OBJETIVOS
- Objetivo geral
3.2 Objetivos específicos
Realizar através de experimento em laboratório de Farmacotécnica a formulação de uma pomada de mastruz com objetivo de levar ao mercado fitoterápico uma nova fórmula de medicamento, proporcionando à sociedade a oportunidade de conhecer uma nova fórmula farmacêutica.
- REVISÃO LITERATURA
- Escolha da forma farmacêutica
- Princípio ativo
- Efeito terapêutico
- Propaganda
- METODOLOGIA
Pesou-se em um béquer 70g de Mastruz para ferver com 300 ml de água destilada, até um determinado tempo, onde foi retirado e resfriado. Em seguida o extrato foi filtrado para um vidro âmbar.
Foi utilizado o método de decocção para a extração do Mastruz, como solvente foi utilizado à água, o procedimento teve duração de 38minutos.
Teve como orientadora a Professora Tânia Fernandes Machado.
Formulação da pomada
- 25g - extrato do Mastruz
- 0,1g BHT
- 30g lanolina anidra
- 45g vaselina sólida
Em um béquer pesa-se 30g de lanolina anidra e incorpora –se 25g de extrato de Mastruz a lanolina e homogeneíza para a incorporação do extrato, em seguida adiciona-se 0,1g de BHT e 45g de vaselina e misture até uma completa homogeneização. Em seguida envasar o produto final.
Embalagem:
Fora colocado em um recipiente de plástico ao abrigo da luz e a temperatura ambiente.
A orientadora do procedimento foi a professora Karin Anne Margaridi.
CONCLUSÃO
Concluí-se, o trabalho nos proporcionou um vasto conhecimento sobre uma nova proposta de um novo fármaco, onde possamos proporcionar ao mercado farmacêutico. Devemos ter o conhecimento terapêutico antes de se utilizar um produto natural, é preciso acima de tudo, conhecer o seu verdadeiro efeito ao organismo, para que uma planta inofensiva não retire o que o ser humano possui de mais precioso: a vida.
O conhecimento profundo da maneira correta de se manipular uma planta medicinal é essencial às pessoas que têm preferência em consumir produtos naturais, onde devemos reconhecer seus efeitos adversos e efeitos colaterais. O mastruz por sua vez, pode ser tóxico e seu uso indiscriminado pode levar até a morte, portanto sabemos pouco sobre ele.
No entanto, nós acadêmicos e futuros profissionais farmacêuticos, devemos ter o conhecimento e a responsabilidade na manipulação de um novo produto, visando sempre à melhoria da população. O mastruz pra nós acadêmicos, fora um ponto de partida, onde iremos aperfeiçoar nosso conhecimento no que diz respeito a pesquisa.
ANEXOS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
http://www.ibb.unesp.br/servicos/publicacoes/rbpm/pdf_v7_n2_2005/artigo_13_v7_n2.pdf
BRITO, Marcus Vinicius Henriques, CARVALHO, Daniel da Silva e ALBUQUERQUE, Ana M Morais. Efeito do extrato de mastruz em culturas de Staphylococcus Aureus e Escherichia coli. Rev. Para. Med., mar. 2007, vol.21, no.1, p.21-25. ISSN 0101-5907. Disponível em <http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010159072007000100004&lng=pt&nrm=iso> Acesso em 31-05-2010.
LIMA A., LOPPES A. H. N., Índice terapêutico fitoterápico. Ervas medicinais. Ed. Petrópolis, RJ: EPUB, 1ª Ed. 2008. 328p.
belo trabalho cientifico, bem elaborado, e objetivo.
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